segunda-feira, 25 de junho de 2007

CHARGES - Interpretações

Olá, pessoal!

Infelizmente não pude postar antes as interpretações das charges. Estive doente no final de semana e agora que estou me recuperando consegui fazer esse trabalho.


MODO DE FAZER UM PADRE JURAR

Em 1789, membros do 3° Estado se voltam contra o monarca absolutista e juntamente com grupos que o apoiavam (o baixo clero e a pequena nobreza) declaram-se em Assembléia Nacional. Ocorre a tomada da Bastilha (considerada o símbolo do absolutismo francês) e a insegurança provocada por essa revolta contra os nobres, funcionários reais e alta burguesia, fez com que Luís XVI acatasse as novas leis da Assembléia Nacional. Depois que o governo da França nacionalizou os bens eclesiásticos na tentativa de solucionar a questão do déficit das contas públicas (pagando, em compensação, uma pensão aos clérigos incumbidos de tarefas pastorais), a maioria dos bispos e sacerdotes, inconformados, abandonaram a assembléia. Iniciou-se um novo período no que se refere às relações entre a Igreja e o Estado, através da tentativa de a primeira instituição fosse inteiramente dependente da segunda. A partir de fevereiro de 1790, vários decretos (com a influência iluminista) são impostos contra as Ordens Religiosas e os cristãos presentes na Assembléia. Suprimiram-se todas as Ordens contemplativas, ou seja, aquelas que não se dedicavam a uma função pública, pedagógica, de saúde. Para os religiosos que aceitassem secularizar-se, ou seja, tornar-se “leigo” religiosamente, seria oferecida uma pensão vitalícia e os outros (que não aceitassem) deveriam ser reagrupados, para deixar seus conventos à disposição da nação. Soma-se a isso o fato de que se proibiu a emissão de novos votos por parte dos noviços e postulantes de todas as Ordens, em nome da Liberdade.
Em julho de 1790, a Assembléia aprovou a Constituição Civil do Clero, lei que pretendia reorganizar a Igreja Francesa. Dentre as mudanças instituídas os limites das dioceses foram fixados de acordo com a recente divisão política do território em “departamentos”. Além disso, bispos e párocos passavam a ser eleitos pelo “povo soberano” das suas respectivas circunscrições, no qual estavam incluídos protestantes, judeus e até ateus. Os bispos já não receberiam a investidura canônica do Papa, mas do seu arcebispo metropolitano, limitando-se a comunicar ao Santo Padre a sua nomeação, o que, na prática, representava um cisma. E os próprios bispos não podiam mais tomar medida alguma sem o apoio de um conselho permanente de sacerdotes, o que redundava em heresia, pois significava negar-lhes os poderes hierárquicos instituídos pelo próprio Cristo. Obviamente, houve reação da quase totalidade dos que estavam à frente de uma diocese.
Como a resistência às medidas da Constituição Civil foi exacerbada, a Assembléia aprovou nova lei no dia 27 de novembro de 1790, obrigando bispos, párocos e todos os que exercessem funções pastorais a prestar juramento de que apoiariam fielmente a Constituição Civil do Clero decretada pela Assembléia Nacional e aceita pelo Rei. Os que recusassem prestar o juramento, deveriam considerar-se demitidos dos seus ofícios pastorais, e se insistissem em exercer suas funções seriam perseguidos como “perturbadores da ordem pública”. Então a Igreja francesa se dividiu em duas: a dos juramentados (essencialmente os padres do baixo clero) e a dos refratários (que não tinham prestado juramento). Na França inteira, pouco menos que a metade dos sacerdotes cedeu. “Nós lhes tomamos os bens”, comentaria o deputado Mirabeau, “mas eles guardaram a honra”. Inicialmente, os refratários foram tolerados pelo governo, ao passo que os juramentados foram unanimemente desprezados pelo povo.
Concluímos então que essa charge satiriza esse episódio em alusão àqueles que se negaram a prestar o juramento a Constituição. Subtende-se no desenho que só seria possível que eles jurassem erguendo-lhes a mão direita por meio de uma roldana.
Mais tarde, Napoleão Bonaparte se aproxima da Igreja ao assinar a Concordata de 1801, um acordo entre a Igreja e o Papa, pelo qual o Sumo Pontífice concordou em não reivindicar as terras confiscadas da Igreja e em aceitar a indicação dos bispos da França por Napoleão.


OS TRÊS ESTADOS

A sociedade francesa no Antigo Regime era estamental, ou seja, mantinha as pessoas numa mesma ordem desde o nascimento, e encontrava-se dividida em três estados. O primeiro estado era formado pelos componentes da Igreja, o alto clero e o baixo clero. O alto clero apoiava o rei absolutista, pois seus integrantes descendiam da nobreza, exerciam cargos públicos e viviam em meio ao luxo. O baixo clero se opunha ao absolutismo já que seus membros eram oriundos de famílias do terceiro Estado.
O segundo Estado era formado pela nobreza, enfraquecida pelo rei absolutista, desprovida de bens e de força política (o que causava sua dependência do monarca).Esse estado se dividia em: nobreza cortesã (vivia das pensões pagas pelo rei e com ele morava no Palácio de Versalhes), nobreza provincial (vivia no campo e tirava seu sustento da exploração dos camponeses) e nobreza togada (formada por burgueses endinheirados que compravam títulos dos nobres falidos). O terceiro Estado era representado por pequenos proprietários de terra, artesãos, burgueses, operários, camponeses, servos e os sans-culottes, cerca de 96% da população.Desses, a grande maioria pagava impostos, o que lhes esgotava com quase 70% da renda.
Juntos, o primeiro e o segundo estados concentravam terras, poder político, controlavam o exército e as terras, ocupavam cargos administrativos e, além disso, possuíam privilégios como receber rendas e não pagar impostos. Já o terceiro estado sozinho pagava impostos absurdos, sustentando o governo e conseqüentemente os dois primeiros estados.
Por enquanto, vão só essas duas. Quando eu puder, posto mais charges com as interpretações, e outras coisas interessantes referentes ao que está sendo estudado.
Bibliografia:
História Moderna e Contemporânea - Bibliex

Um comentário:

Pat. disse...

Parabéns!
Estou amando o seu trabalho com o blog.
O seu estudo da realidade representada pelas charges está "dez". :)
Beijocas
Professora Patrícia